A empatia e o senso de cidadania não têm prerrogativa de classe. Ambos partem de uma preocupação com algo maior, o bem comum.
Os garis Cleinaldo Moreira de Souza Pires, de 24 anos, e Aroldo Henrique de Oliveira Pontes, de 35, estavam cumprindo o roteiro de limpeza e recolhimento de sacos de lixo como sempre fazem quando encontraram, no bairro Vilar Novo, uma bolsa limpa que não aparentava estar com lixo.
“O carnê nos chamou a atenção e de bom coração, decidimos devolver, pois é o futuro de uma criança que estava em jogo. Quando acabamos o roteiro fomos à escola e pegamos o endereço para devolver. Foi uma alegria, quase chorei junto com a família”, contou Aroldo ao G1.

O dinheiro era de Luzinete da Silva, diarista, que saiu de casa para pagar a escola da sobrinha, aproveitou o trajeto para jogar o lixo fora e encher o pneu da bicicleta.
“Na hora de jogar o lixo me confundi e caiu tudo no latão. Segui para a escola e ao chegar no local achei que tinha esquecido o dinheiro e o carnê em casa. No meio do caminho de volta fiz uma retrospectiva para ver se lembrava de algo para me ajudar. Percebi que havia jogado fora com o lixo. Fiquei desesperada”, contou a diarista ao G1.
Interessados em devolver o dinheiro a quem pertencia, eles foram até a escola que havia emitido o carnê. Pelo nome que estava impresso nos boletos, eles conseguiram com funcionários do colégio para fazer a devolução a Luzinete da Silva.
Graças aos garis, a sobrinha de Luzinete poderá ir à escola com a mensalidade em dia. Dois trabalhadores que ganham um salário mínimo tiveram a oportunidade de levar vantagem, mas preferiram pensar no próximo, que tinha trabalhado por aquele dinheiro e contava com ele.

Cleinaldo sonha em completar a obra em sua casa e Aroldo, em comprar uma motocicleta. Só que ambos preferiram continuar a uns dias a mais de trabalho de distância do que almejam pelo bem-estar comum.
Dois trabalhadores essenciais que estão na linha de frente do combate ao novo Coronavírus, se arriscando diariamente para manter sua cidade limpa durante a pandemia, e que ainda tiraram um tempo para fazer o bem e abrir mão de lucrar com o que não lhes pertencia.
Um exemplo a ser enxergado por toda a sociedade, um exemplo de como agem cidadãos.
“Os tempos não estão fáceis, principalmente agora com essa pandemia. Nós somos trabalhadores e sabemos como é a luta para repor quando se perde. Fizemos o que tinha que ser feito. Afinal, o caráter é que nos move”, disse Cleinaldo ao G1.
Fonte: G1
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