O aumento do diabetes infantil é uma preocupação crescente em todo o mundo, representando uma mudança significativa no perfil da doença.

O diabetes é uma doença crônica causada pela falta parcial ou total da insulina – hormônio produzido pelo pâncreas, responsável por regular a taxa de glicose no sangue. A doença afeta a forma como o corpo metaboliza a glicose dos alimentos e pode ocorrer em qualquer faixa etária.

A falta de insulina faz com que o corpo não consiga transformar e conduzir o açúcar para dentro das células. Por isso, a glicose acaba ficando presa na corrente sanguínea, levando a um quadro de hiperglicemia ou excesso de açúcar.

Tal deficiência pode ocorrer devido a fatores genéticos ou adquiridos, como obesidade, sedentarismo e alimentação inadequada. Continue a leitura para entender os perigos da diabetes infantil e também maneiras de tratá-la adequadamente.

diabetes infantil

Tipos de diabetes em crianças

O diabetes infantil se apresenta em dois tipos: o diabetes tipo 1 e o diabetes tipo 2. O que diferencia as duas doenças é a razão pela qual ocorre a deficiência na produção de insulina e o excesso de açúcar no sangue.

A maior parte dos casos de diabetes infantil é do tipo 1. Essa forma é resultado de um processo autoimune, quando o corpo produz anticorpos contra as células beta pancreáticas, levando à deficiência de insulina.

Já no diabetes tipo 2, há uma grande influência genética agravada pela obesidade e pelo sedentarismo. Ele acomete cerca de 90% dos pacientes diabéticos e, apesar de ser mais comum entre adultos, nas últimas décadas tem sido observado um aumento de crianças com diabetes tipo 2, associado ao aumento da obesidade infantil.

A incidência e a prevalência de diabetes entre crianças e jovens têm variado entre os países, sendo menor na Europa e maior em países latinos e asiáticos.

Diabetes tipo 1

O tipo 1 é o tipo mais frequente de diabetes infantil, responsável por dois terços dos novos casos em crianças. É uma das doenças infantis crônicas mais comuns – estima-se que 1 em cada 350 crianças e adolescentes vivem com a doença.

Nos últimos anos, a incidência de diabetes tipo 1 em crianças menores de 5 anos aumentou consideravelmente.

Nesta fase, o controle e o diagnóstico são ainda mais difíceis, pois as crianças têm atividades muito irregulares, não conseguem identificar os sintomas e mudam padrões alimentares com rapidez.

É um momento em que o tratamento depende totalmente da família.
Sintomas de diabetes infantil

Diabetes tipo 2

O diabetes tipo 2 (às vezes chamado de diabetes não dependente de insulina ou de início no adulto) ocorre quando o corpo não pode usar efetivamente a insulina que produz.

Frequentemente evitável, pode resultar do excesso de peso corporal e inatividade física e, às vezes, de uma predisposição genética.

Recentemente, o diabetes tipo 2 tem sido cada vez mais relatado em crianças e adolescentes, tanto que em algumas partes do mundo o diabetes tipo 2 se tornou o principal tipo de diabetes em crianças.

Acredita-se que o aumento global da obesidade infantil e da inatividade física desempenhe um papel crucial. Uma alimentação saudável e hábitos de vida são uma forte defesa contra a doença.

diabetes infantil

Os sintomas de diabetes infantil

Muitas vezes os sintomas de diabetes infantil aparecem quando a situação já é grave e os níveis de insulina no corpo da criança estão muito baixos. Portanto, fique atento se seu filho começar a apresentar alguns destes sinais repentinamente:

  • Aumento na quantidade de urina.
  • Aumento exacerbado da sede e da ingestão de água.
  • Indisposição.
  • Turvação visual.
  • Emagrecimento rápido.
  • Aumento da fome.
    Falta de vontade para brincar.
  • Irritabilidade e mudanças de humor.
  • Dificuldade para compreender e aprender.

Acompanhamento da criança com diabetes

A elevação persistente da glicose pode causar lesão irreversível em vários órgãos; entre eles olhos, rins, nervos, coração, cérebro e vasos sanguíneos. O tratamento do diabetes tem como objetivo o controle da glicose no sangue para evitar complicações em tais órgãos.

Em se tratando da diabetes infantil, ele também é feito por meio de alimentação adequada, atividade física regular, controle de peso e uso correto de medicamentos ou insulina.

No acompanhamento da criança com diabetes, é fundamental que ela esteja envolvida e motivada com o seu cuidado, buscando conhecimento e recebendo, de toda a equipe, informações e suporte necessários para o tratamento.

Isso porque estudos sobre a diabetes pediátrica indicam que a participação da criança ajuda no controle da doença, resultando em redução de peso e de complicações pelo diabetes, melhora da qualidade de vida e redução de risco de óbito.
Tratamento.

diabetes infantil

O tratamento do diabetes infantil

O tratamento do diabetes infantil é feito de forma individualizada, de acordo com o tipo apresentado pela criança – ou seja, se é dependente (tipo 1) ou não (tipo 2) de insulina – e com o estágio da doença.

De maneira geral, as principais medidas a serem tomadas nesse acompanhamento são:

  • Apoio dos pais e familiares, mantendo a criança motivada e acolhida.
  • Incentivo à prática regular de atividades físicas, ou seja, no mínimo 30 a 60 minutos por dia ou de acordo com a orientação médica.
  • Dieta rica em frutas, vegetais, legumes e alimentos com baixo teor de sal e gordura.
  • Diminuição no consumo de alimentos enlatados, industrializados, fast food, doces e refrigerantes.
  • Em casos de crianças mais velhas e adolescentes, aconselhá-las a não fumar.
  • Supervisão médica regular.
  • Uso correto das medicações prescritas pelo médico.
  • Realização dos exames solicitados pelo médico para monitorar o controle da glicose e investigar possíveis lesões de órgãos. Alguns exames devem ser feitos todos os anos, como o exame oftalmológico e a hemoglobina glicada.
  • Controle do peso e atenção ao acúmulo de gordura na região abdominal.
  • Acompanhamento e tratamento adequado de outras condições que podem estar associadas ao diabetes, como hipertensão e colesterol elevado.

A educação em relação ao diabetes e as mudanças no estilo de vida da família inteira, e não apenas do paciente, podem ser benéficas para o aumento da adesão terapêutica e a prevenção de complicações em longo prazo.






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